Aldeias de montanha

Alpedrinha

Terra natal de um dos mais célebres cardeais portugueses, D. Jorge da Costa, a vila foi também assolada pelas Invasões Napoleónicas. Talhadas na pedra da encosta leste da Gardunha, as ruas da vila sugerem a subida, guiada pela silhueta das torres da Igreja Matriz e pelo trajeto sinuoso das ruas onde, o grão da pedra granítica confere uma textura única a impressionantes edifícios. A Capela de Santa Catarina, os Antigos Paços do Concelho e o Pelourinho são alguns dos pontos de referência coroados pelo imponente Chafariz D. João V ou pela elegância barroca do Palácio do Picadeiro. Aproveite o cenário e descanse nas namoradeiras do palácio, sim, porque estes bancos de pedra “vis a vis” serviam no século XVIII para cativar a cara-metade à moda antiga, tudo com a devida distância exigida pelo decoro e pelos trajes faustosos da época. Detenha-se por aqui na vista e capture o momento!


Alcongosta

Está em Alcongosta no mês de junho. Qual a ideia? Provar cereja certamente! Nesta aldeia não encontra nem centros comerciais, nem trânsito e, o único burburinho que pode ouvir está no cerejal, tal é a azáfama da colheita. Ao entrar num pomar, a algazarra inicial provocada pela excitação de miúdos (e graúdos) em colher e comer, dá lugar ao silêncio da degustação crocante da melhor cereja de Portugal. Nada melhor que colher para a barriga e para o cesto claro está! Para mãos mais atrevidas, há sempre um conselho de como manusear esta fruta delicada sem danificar a árvore.

No centro da aldeia pode visitar a Igreja Matriz ou degustar, durante todo o ano, Doces, Compotas e Licores elaborados com tradição e atenção a todos detalhes. Não se dispensa uma visita a um cesteiro tradicional que, com arte e labor ancestrais, manuseia a madeira de castanheiro como um verdadeiro mestre. Se está a pensar em visitar Alcongosta durante a Primavera, o final do mês de março e o início de abril reservam-lhe o espetáculo da Cerejeira em Flor, efémera e branca, promete a cada ano a doçura e o sabor a que já nos acostumou a Cereja do Fundão.

Finalmente, a Casa da Cereja é ideal para conhecer tudo o que há para saber sobre esta história desta árvore e frutos tão apetecidos. Para terminar, nada como aventurar-se até à Casa do Guarda a 900 metros de altitude e admirar a paisagem de toda a região ou, se preferir, ficar Zen no Parque de Merendas abastecido por uma Cesta Piquenique e boa companhia.


Alcaide

Ao atravessar a Gardunha pela estrada N18, a beleza natural e a panorâmica que o passeio oferece convida-nos a visitar a aldeia de montanha do Alcaide. Com um património interessante, a aldeia desdobra-se simultaneamente num casario tradicional com edifícios nobres. Destacam-se as casas de João Franco, e Cunha Leal, a Igreja Matriz dominada pela imponente Torre Sineira ou, singelas capelas espalhadas pela aldeia. Aproveite ainda as vistas do Santuário de S. Macário numa panorâmica privilegiada.

O mês de novembro no Alcaide reserva-lhe uma experiência única com os Míscaros, cogumelo silvestre que dá nome a um festival de outono sugerindo mais que razões para a visita de quem se considera um bom garfo. Pode contar com chefes de renome, passeios micológicos, animação e palestras, tudo num ambiente familiar que promove o património fúngico, paisagístico, cultural e ambiental da Gardunha.

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